quarta-feira, 12 de março de 2008

Cadeia de Tires - Ver para Crer - Parte 1

Em 2003, Freitas do Amaral preparava-se para receber uma delegação de reclusos que numa união sem precedentes encetou uma cívica e civilizada jornada de luta por melhores condições de vida nas cadeias. Em 2001, António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e á época Ministro da Justiça, em frase bem infeliz, própria da sua habitual arrogância, apelidava-os de “Bandidos”.
Passaram 5 anos, porém o tema mantém-se, mais que nunca, actual. Tires é um grande negócio disfarçado de cadeia e dá arrepios saber das suas inconfessáveis histórias, todas elas com Clara Manso Preto a Directora ao leme do barco com capa de gestora poderosa.
A indiferença ás faltas de competência e transparência é uma prática que se reforça e eterniza, abrilhantada todos os dias pelo conhecido “jogo do empurra” do corpo de guardas para as chefias, destas para ordens superiores da direcção.
Com efeito, injustificadamente, as detidas viram ser-lhes reduzido o número de visitas semanais de 4 para 2 com o falacioso argumento de assim se conseguir mais intimidade.
No pavilhão 1, apesar de preventivas, beneficiando da presunção de inocência, são obrigadas a deslocar-se ao exterior algemadas como se de perigosas condenadas se tratassem; o problema é que os guardas motoristas dos carros celulares, que não estão equipados com cintos de segurança, não fazem teste de alcoolemia depois do almoço. Em resultado, metem as carrinhas prisionais em valas, sendo necessários 30 minutos e a ajuda de um condutor que passava por perto para que a estrada e a viagem fossem retomadas. O mesmo guarda motorista, useiro e vezeiro em proezas desta grandeza e de seu nome Antunes, não gostou de ouvir o protesto das mais de 15 reclusas contra o que consideraram ser o seu modo imprudente de conduzir e, desta feita, não foi de modas e pregou com uma bofetada na cara de Ana Mafalda Cardoso, reclusa do pavilhão 1 de Tires; á segunda tentativa, e porque Ana Mafalda se desviou, acertou em cheio na colega guarda Rosa que teve de ser assistida no posto médico, tal foi a violência e velocidade da castigadora mão do guarda Antunes.
A gestão deve ser feita com determinação, mas com o dobro de bom senso. A direcção de Tires opta pela primeira. A falta de vergonha é transversal e de tal modo enraizada que ninguém com responsabilidades se preocupa por não haver, intencionalmente, afixadas normas de conduta a observar – ninguém menos as detidas, claro, apesar de pouco lhes servir a indignação: Manso Preto faz tábua rasa desse direito inquestionável.
E por falar em direitos, ou a falta deles, promovem-se castigos traduzidos em 5 dias de cela disciplinar simplesmente por não se avisar o corpo de guardas que determinada reclusa dormia vestida e na mesma posição há várias horas – tal e qual – Se o principio foi errado, o resultado para Tires foi desastroso: a castigada trocou as voltas a Clara Manso Preto e queixou-se criminalmente junto do Ministério Público contra a cadeia e sua direcção, aguardando-se pelo desfecho do caso.
Numa constante ordem e contra-ordem, Adelina Garcia, Sub-Chefe do pavilhão 1, não consegue lidar com a desordem que origina e, com mais de 26 anos de casa, continua igual a ela própria; não é capaz de manter uma opinião 2 dias seguidos; se num dia alinha ao lado das decisões da direcção, no dia seguinte leva as mão á cabeça e declara-se transparente, não viu nem sabe nada. Não é possível manter este equilíbrio de “espertalhaça” mas, ainda assim, está convencida que sabe governar o seu espaço ao ponto de dispensar sugestões de melhor e mais apropriada funcionalidade.
Já o seu colega Gouveia, Chefe de Guardas, que caiu em Tires vindo do Presídio de Santarém, por querer defender todas as posições não consegue defender nada. Também nos últimos tempos Manuel João, Psicólogo e Director Adjunto, ás voltas com tanta contestação e trapalhadas e mudanças de opinião, transformou-se inconstante, imprevisível e inconsequente. Todas as semanas tem uma nova crise e todas as semanas toma um novo rumo. É o pior para quem necessita que acreditem nele.

1 comentário:

Anónimo disse...

http://escarradordedavidmotta.blogspot.com/2008/04/os-esquemas-da-priso-de-tires.html