Quem conheceu Clara Manso Preto na época em que o destino ainda não lhe dera amparo, não guarda grande nota dela. Invejosa e mau carácter, falsificava os seus verdadeiros sentimentos para se apresentar como generosa, simpática e amiga.
Contudo, a teia de afectos familiares havia de dar-lhe munições para a vida, a desenrascar-se.
Numa altura em que Tires está como o País, sem dinheiro para nada, a sua Directora utiliza um expediente digno dos maiores vígaros que este pobre País já conheceu. Com o dinheiro enviado com sacrifícios pela família a quem vive atrás das grades, enche-lhes a barriga, trata-lhes das maleitas. Explicamos melhor: A parentalidade das detidas em Tires é gente de bem, com os impostos em ordem, cumpridora das regras em sociedadee pretende quem os seus, afastados por imposição do seu convívio, tenham os dias suavizados pelo conforto que só os Euros sabem proporcionar. São ainda e também pessoas que à Justiça e à cadeia não tem contas a prestar. Clara Manso acha tudo isto errado.
Com a ambição de um César, deu-lhe para desenhar-se como a única salvadora de Tires à conta das notas dos outros e, numa jogada de inspiração, confisca os depósitos que não lhe pertencem e usa-os, abusivamente, junto do banco onde é confiado o razoável orçamento vindo da Tutela, só os devolvendo às legitimas donas e a contra-gosto, a 15 e 30 de cada mês. Se isto já é muito mau e até tem enquadramento no Código do Processo Penal, imagine-se então Clara Manso Preto armada em cambista do alheio. Fazendo concorrência desleal á Banca, a única em Portugal autorizada a operar deste modo.
E Clara Manso Preto pertence ao grupo absurdo de pessoas que se convence de que tudo o que faz está certo. Tempera-lhe o sangue a falta de vergonha. Mais uma vez, com o dinheiro dispensado pela Direcção Geral dos Serviços Prisionais para os desvalidos da sorte que em Tires não tem rede familiar que os apoie, arrecada as verbas e as voltas, aplicando-as em luxuosas obras no seu gabinete, transformando-o num palácio das Arábias… tentando que nada sopre para o exterior, a poucos franqueia a entrada não vá algum espírito mais critico estragar-lhe a vaidade do seu bem estar…
E este é um, tempo em que a sobrevivência e idoneidade (?) de Tires dependem da habilidade de Manso Preto.
Com duas mortes de reclusas mal explicadas em escassos 3 meses – no consulado de Fernanda Aragão nada disto acontecia – depressa estudou a fórmula genial de não se comprometer e anda a arranhar a sorte…
Sorte que lhe anda a escassear, agora que tem gente empenhada em lhe descobrir as frequentes maroscas e que não entende a utilidade em Clara Manso Preto ter mandado abater pela raiz o que está proibido por decisão governamental: árvores centenárias, plantadas pela Congregação Religiosa do Bom Pastor, as freiras que viviam em Tires antes de ser prisão.
Amante de pagodes e outras festas inconfessáveis, não estanca o vício das viagens além Europa, indo longe os dias em que o ordenado não lhe permitia cruzar oceanos… agora que na América o administrador do Lehman Brothers tem de contar ao povo como adquiriu a mansão na Florida e o apartamento num dos locais mais distintos de Nova Yorque, se a moda tem peguilhas em Portugal, Clara Manso Preto vai perder sossego e cautelas…
E porque as perguntas começam a engrossar a fila, oh Dr. António Costa, em 2001 eram “bandidos” que o preocupavam como Ministro da Justiça. Hoje, no final de 2008 e como Presidente da Câmara, não quer comprar um dicionário? É que a coisa começa a estar preta…
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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