quinta-feira, 3 de julho de 2008

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Confirma-se. Este Blogue começou a ganhar o culto que só os desprovidos de saber ou, ao menos, de intuição não perceberam onde iria desaguar_ Num sem número fiel de leitores que não param de nos pedir mais e mais histórias. Assim, para quem nos julgava desaparecidos... temos pena da desilusão causada.

Pois é, não perdemos o jeito, não fomos de férias, não desistimos nem esgotámos assunto. A nossa ausência explica-se em poucas palavras:

Como Portugueses que somos, logo tesos, tivemos de deitar contas á vidinha e recorrer ao velhinho pé de meia para nos mantermos á tona neste jogo que, como qualquer outro, tem na partilha a sua regra de excelência: informações para cá, dinheiro para lá.

Ah, e neste intervalo aproveitámos a pausa e frequentamos um curso intensivo de redacção de textos, só para agradar ao anonimo que, em 04.05.08 comentava ás 14:12 h _ provavelmente na hora do patrão e com o material do patrão_ a nossa escrita infantil...
Vamos lá a ver se o curso serviu para alguma coisa.

Nada é adquirido nem igual todos os dias. Foi mais ou menos isto que devem ter pensado os quatro sortudos que, em determinado dia e mês da década de 90 viram a luz ao fundo da porta da prisão de Setúbal ao evadirem-se daquela; claro que o sucesso da proeza contou com notas (muitíssimas) de contos _nem se sonhava o Euro_ que foram para ás mãos da "prestável equipa" que promoveu e possibilitou a fuga, integrada pelo já nosso conhecido Adriano Paulus, nessa altura um mero educador, e que juntava á mania das grandezas ser avesso a contas bancárias limitadas no saldo. E talvez por isso ou por inábil e desastrado, Clara Manso Preto, a directora de Tires e sua mulher durante uns anos, o tenha trocado por alguém mais perspicaz e inteligente, com os ventos da vereação de Cascais a soprar-lhes de feição...

A memória é fraca e a impunidade muita.
O "incidente" tem mais de dois anos e se é verdade que o rosto humano deve ter expressão, sem ela deve ter ficado uma jovem mulher que, sem dinheiro nem poder, viu-se presa em Tires, na casa das mães e a sua criança na creche.
Num belo dia que jamais esquecerá, sem aviso nem razão, foi-lhe "explicado" que a criança havia sido "dada para adopção". Incrédula, a mãe despojada não sabia o que dizer a seguir, mas precisava com urgência de fazer alguma coisa. E fêz! Na convicção que a tarefa da Santa Casa da Misericórdia não parece que seja de mais ninguém, batalhou até ver o "negócio" desmanchado e bébé devolvido, mas houve alguém por perto que teve de devolver o dinheiro entretanto amealhado com a "transacção"...

E a sociedade está em queda, queda de valores.
Sentimento, entendimento e vontade devem comunicar entre si para responder ao grande desafio da vida e da morte. E foi tudo o que faltou a Paula Pessoa por parte das chefias de Tires; na noite de 21 para 22 de Maio enforcava-se na sua cela, no pavilhão 2 onde cumpria pena de prisão, durante o sono da sua companheira de quarto.
Este é mais um dos "segredos" de Tires que toda a gente sabe, excepto, obviamente, a opinião pública e a familia da falecida; e o caso é tão "escaldante" que até ja deu "sumisso" a documentos elaborados pela Direcção; é que na hora do "aperto" nada melhor que evitar embaraços e conversas que a prudência não aconselha...
Ora a propósito de silêncios convenientes, combinados e comprados, perguntava há algum tempo o Dr. Silva Lopes, frente ás camaras de televisão porque não se metiam, pelo menos, meia dúzia na cadeia. Nós respondemos que não se metem porque, a meter meia dúzia acabavam por se meter uns quantos mais esta Tires e "outras Tires", ficava tudo á deriva, sem (des)governação á vista. E também, claro está, porque nenhuma sociedade se persegue a si mesma.... não é mesmo Dr. António Costa ?